sábado, 28 de novembro de 2009

Explodi.


*Explodi. De repente, minha alma, em mil pedaços, era nuvem, quase-não-física, de tão pequenos que eram (os pedaços). No entanto, às vezes encontrava em meus bolsos pequenos pedaços de tecidos de tons acinzentados. Pequenos pedaços de minha alma reapareciam nos mais inusitados lugares. Passaram-se anos e, de repente, vi-me guardando em um pote de cerâmica o último pedaço da minha alma que me faltava. Não há como saber se todos esses nano-pedaços a mim pertenciam antes de explodir, mas o eles servem, encaixam-se uns nos outros. Podem ser seus, ou de qualquer outra pessoa. Mas me servem. E todo dia vejo almas explodindo, acompanho explosões e sento-me no meio fio dessas calçadas limpas por senhoras, esperando a poeira baixar, para pegar mais algum pedaço de alguma alma pra mim.


* Como esporos de flores, pedaços de minha alma hoje ocupam os mais diversos lugares e faz-me sorrir saber que esses pedaços servem em alguém. Alguém que, como eu, também explodiu

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