terça-feira, 29 de setembro de 2009

Na morada das palavras.


Contar é muito dificultoso.Não pelos anos que já se pasaram.Mas pela astúcia que têm certas coisas passadas de fazer balancê, de se remexerem dos lugares. A lembrança da vida da gente se guarda em trechos diversos;uns com outros acho que nem se misturam[...}.Contar seguido,alinhavada,só mesmo sendo coisas de rasa ipôrtancia.Tem horas antigas que ficaram muito mais perto da genete do que outras de recente data.Toda saudade é uma espécie de velhice.Talvez ,então , a melhor coisa seria contar a infância não como um filme em que a vida acontece no tempo, uma coisa depois da outra , ordem certa, sendo essa conexão que lhe dá sentido , princípio,meio e fim, ams como um álbum de retratos, cada um completo em si mesmo, cada um contendo o sentido inteiro.Talvez seja esse o jeito de escrever sobre a alma em cuja memória se encontram as coisas eternas, que permanecem ...

Guimarães Rosa.

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